POR QUE PRIORIZAR OS ÔNIBUS É A SOLUÇÃO PARA O TRÂNSITO?

O trânsito hoje é um dos maiores desafios para os deslocamentos dos brasileiros. Estamos rodeados de congestionamentos, nas metrópoles, gasta-se em média uma hora diária no trânsito; em São Paulo (SP),.são três horas. Os trabalhadores perdem um tempo precioso no deslocamento diário e a competitividade econômica é afetada pela dificuldade na movimentação de mercadorias.

Em estudos e debates especializados, é unanimidade que a solução para o problema passa, comprovadamente, pela priorização do transporte público. O ônibus transporta a maioria da população (70%) e é a categoria de veículos com menor participação (13%) na emissão de CO2 no país. Além disso, estima-se que cada ônibus tire pelo menos 40 carros das ruas. Sendo eficiente, socialmente inclusivo e ecologicamente correto, o ônibus é a solução para a crise de mobilidade urbana que afeta famílias, trabalhadores, empresários e consumidores de todo o país. Cientes disso, a NTU e outras entidades de defesa da mobilidade urbana vêm cobrando, há anos, medidas de priorização dos ônibus pelos municípios e pelo Governo Federal. Uma importante vitória neste sentido foi alcançada em 2012, com a aprovação da Política Nacional de Mobilidade Urbana, após 17 anos de tramitação. A legislação aprovada orienta a União, estados, Distrito Federal e municípios a priorizarem o ônibus e dá as diretrizes para que isso aconteça.

Um experimento realizado em Munster, na Alemanha, em 1991, comprovou: o ônibus é capaz de transportar mais pessoas ocupando menos espaço nas ruas do que carros e até bicicletas. A experiência acabou se tornando muito popular e foi reproduzida em vários países. Em 2015, o jornal Folha de São Paulo realizou uma simulação na cidade de São Paulo, adotando como referência o espaço necessário para transportar 48 pessoas confortavelmente (no caso do carro, foi utilizada a média de 1,2 passageiros por carro na cidade). O resultado mostrou que o ônibus ocupou um espaço 17 vezes menor, aumentando o aproveitamento das vias.



QUANDO O ÔNIBUS NÃO É PRIORIDADE

A Política Nacional de Mobilidade Urbana e os investimentos do PAC são conquistas importantes da última década, mas representam ainda os primeiros passos de uma longa caminhada para transformar o ônibus em um aliado prioritário do desenvolvimento das cidades brasileiras. Temos vivido no Brasil um cenário típico de localidades que não possuem um transporte público coletivo forte. O tempo desperdiçado no trânsito faz com que as pessoas tenham menos qualidade de vida e convivência familiar e comunitária. As famílias que optam pelo transporte individual chegam a gastar cinco vezes mais do que o que gastariam com o transporte coletivo. É mais dinheiro para a gasolina e menos para a educação, o lazer e o consumo. Além disso, os congestionamentos encarecem as tarifas de ônibus em até 25%. Eles fazem com que as empresas gastem mais com combustível e precisem colocar mais veículos e funcionários nas ruas para cumprir a frequência nos pontos de parada. Com carros extras nas vias, cresce a emissão de poluentes e seus efeitos, como alterações climáticas e poluição do ar e da água.


ÔNIBUS PRIORIZADO, CIDADE COMPETITIVA

Em São Paulo (SP), a implantação do Corredor Marginal Pinheiros trouxe 78% de aumento na velocidade média da via e foi aprovado como ótimo ou bom para 75% dos usuários. No Rio de Janeiro, O BRT Transcarioca deixou as viagens até 57% mais rápidas e economizou 56 milhões de litros de diesel por ano, recebendo a aprovação de 74% dos passageiros. Os investimentos em transporte têm reflexos rápidos na economia. Com a redução imediata do tempo de viagem, os usuários ganham tempo livre e tem maior probabilidade de gastar em outras atividades. Além disso, as obras de infraestrutura geram empregos e renda. Essa é uma velha fórmula para tirar países da recessão. O Brasil, que vem enfrentando uma crise econômica, poderia se beneficiar dessa solução. Existem ainda diversas estratégias ao redor do mundo que tornam o ônibus mais atrativo que o transporte individual. Elas são aplicadas em cidades modernas, com altos índices de qualidade de vida e sustentáveis. Vale lembrar que, a cada R$ 2 Bilhões investidos no transporte, 30 mil empregos são gerados, aumentando em R$3,6 Bilhões o PIB brasileiro.



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